Quem é o responsável pelo que sinto?

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Mais uma semana está começando e nela você irá sentir muitas emoções diferentes. Talvez ansiedade, um pouco de medo, espero que um bocado de alegria, quem sabe uma agitação, ou qualquer outra coisa. E para cada emoção é muito provável que você atribua algo que aconteceu, o que alguém te disse, ou até o que não aconteceu. Neste boletim, quero te ajudar a ver o que se passa dentro de você por um outro prisma.

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Imagine que uma pessoa te diga que irá chegar as 3 horas da tarde, você fica esperando, às 3 e meia a pessoa não chegou ainda e você continua esperando sem perspectiva de quando ou se ela chegará. Como você se sentiria? Vamos analisar duas opções:

Opção A: Você ficar indignado por ficar esperando, sentindo-se desvalorizado pelo descaso do outro em nem avisar que atrasaria ou que não viria.

Opção B: Você fica muito feliz por ela não ter aparecido ainda, pois você ainda tem muitas tarefas a serem feitas e na verdade nem queria conversar com aquela pessoa naquela hora.

Quais das opções é mais a sua cara? Qual a diferença entre elas?

Para fazer essa análise de forma proveitosa, gostaria de te convidar a esquecer o outro e pensar apenas no que se passa dentro de você. Não importa o que o outro pensa sobre você ou sobre esse encontro e sim o que você pensa sobre ele, sobre si mesmo e sobre o encontro. Ficou complicado? Em outras palavras, vamos concentrar apenas no que se passa dentro da sua cabeça.

Quando nos sentimos decepcionados com alguém, é porque temos uma expectativa que o outro irá fazer algo específico. Posso ter a expectativa que alguém irá me ajudar, que serei bem recebido, que tirarei uma boa nota na prova etc. Expectativas são caminhos imaginários que criamos na mente de como gostaríamos que o mundo fosse ou como gostaríamos de observá-lo. Você tem muitas expectativas consigo mesmo, com as pessoas a sua volta, ou com situações que te cercam?

Mas já parou para pensar o porquê das expectativas? Por que eu gostaria que o mundo fosse do jeito X e não Y? A raiz da expectativa é: necessidade! O ser humano tem inúmeras necessidades que muitas vezes nem nos damos conta; elas vão desde água e comida, até pontos muito mais sutis como valorização própria e conexão com pessoas. Ao contrário de sentir sede que simplesmente nos leva a tomar água, necessidades psicológicas não são expressas tão facilmente assim. Se tenho a necessidade de ter mais atenção do meu parceiro ou parceira, dificilmente eu diria: “Não vá trabalhar hoje porque estou me sentido sozinho e quero você aqui comigo!”; é mais provável que essa necessidade seja expressa por uma frase como: “Você ama mais o trabalho do que eu!”.

Em nosso exemplo inicial podemos ver claramente que a pessoa da opção A tem necessidades muito diferentes da opção B. Na primeira, possivelmente a busca é por conexão e reconhecimento do outro, já na segunda alternativa, vemos uma orientação voltadas para outras situações fora deste encontro. Aqui nós podemos observar que não é o ocorrido em si que gera o sentimento; o fato em si é apenas um gatilho que dispara uma determinada reação de necessidades atendidas ou não. As necessidades no caso A não fora atendidas, ao contrário do caso B que sim, gerando um resultado bem diferente.

E aqui está a lição dessa semana: não é o meio externo que te faz sentir-se de determinada forma, e sim o quanto os acontecimentos atendem suas necessidades ou não.

Quando começamos a perceber nossas reais necessidades, o leque de possibilidades aumenta, e podemos deixar que querer satisfazê-las inconscientemente com as situações do dia a dia, começando a criar situações que de fato supram o que precisamos. Se preciso de mais conexão com meu parceiro ou parceira, posso criar momentos feitos justamente para isso, ao invés de dar indiretas buscando por migalhas de atenção. Se o trânsito me deixa nervoso, talvez perceba que tenho a necessidade de sentir que estou sendo produtivo e comece ouvir algo útil ao dirigir. Ou até mesmo se perco a paciência com frequência, eu poderia enxergar minha necessidade de controle e trabalhá-la de formas diferentes.

Devemos aprender como cada estímulo externo reverbera em nossa mente, relacionando-se com nossas necessidades e gerando sentimentos. Mas sabendo que o estímulo em si não é o responsável pelo sentimento.


Minha nota:

Este boletim tem bastante influência da Comunicação Não-Violenta do Marshall Rosenberg. Em breve terei mais novidades sobre esse assunto para você.

Te desejo uma semana de muita consciência!


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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